terça-feira, 29 de setembro de 2009

idéia retrocesso



Vivo
vivo?
vivi
Não vivo!
(no entanto respiro)
respiro?
Tento
algo lento
agonizante sem ferimentos
que feito muitos
já nasceu morrendo
Vivo
no mundo sem ter um mundo
e me
apego a tudo o que detesto
na ilusão de criar lembranças sociavéis
me apego a tudo que desconheço
política nova
letras nos muros
cálculos que instigam à loucura
à guerra...
Por entre filosofias de computador
e discussões de mensagens de celular
me apego a mente retrocesso
de não querer mais nada além de arar
qualquer terra que não seja blindada
com petróleo,concreto e aço
mas tenho apenas a cidade
e eu a uso
e ela me usa
e eu não vivo
e quanto menos me sinto vivo
mais urbano eu sou
Sou urbano de uma legião
e por isso não espero ser notado
sou urbano
e o vento sujo desse
Statu quo das revoluções
é o mesmo ar que me mantém...
agonizante.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

( I solitude)


A mulher que vive sozinha

também sonha sozinha

e ama sozinha

e escuta com um par de ouvidos,

os ruídos da festa do apartamento de

cima

e chora com um par de olhos

um milhão de pares de saudade.

A mulher vivendo sozinha

com suas fotos na parede

com seu café na geladeira

sua paciência no baralho

e sua casa na hipoteca,

com seu corpo de velhice

e seus passeios no metrô...

Cada respiro é um tique

Cada respiro é um taque

que não são nada

que não são notados

até faltar,

apresento-lhe uma forca

apresento-lhe a água

apresento-lhe qualquer forma de

fazê-lo faltar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

dramathis


Nas horas certas me calo

e.

nas incertas sou sincero

Nas horas vagas escrevo

Nas de trabalho me deito

Observo palavras

leio imagens

Choro de alegria

me exaspero na tristeza

exalo tédio

me desespero

abraço um amigo invisível

me consolo com comprimidos

Os livros na estante

Os livros sobre a mesa

Os livros sobre a cama

Os livros pelo chão

me ensinam

me despertam

faísca de pensamento

que me isola

de

quem me chama lá fora

Uma mente

(universo)

Outra mente

(universos)

que se atraem

que se fundem

que nunca deveriam ter se encontrado

transformando o infindo particular

em um limite quadrado

de desavenças colossais

a guerra dos mundos na sala de visitas

sem mortes

sem armas

mas com perdas irrepáraveis

nunca haverá sorrisos

nunca haverá amores

nenhuma companheira

nenhuma noite de sexo

Não

Não

apenas os livros

pelo chão

sobre a cama

na estante

e uma faísca de idéia

medíocre e fraca

com0 a vida

e como a felicidade

de quem

vive,

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Mundo guia Mundo



deus ateu sem eternidade

salve seus soldadinhos de ilusão

console sua humanidade de brinquedo

dos seus pequenos dramas

dê a elas um passado,

que possa ser tocado a cada momento

de arrependimento.

Me diga que pode

Me diga que pode

Me diga

Me mostre...

Super-homem de negócios

não me deixe adormecer

me ponha na frente da TV

distraia meus olhos

com suas SUPER STARS,

que precisam de alguns tragos

p´ra poderem sair do chão

e ateiam fogo no corpo,

tentando conseguir sua luz.

Me diga que pode

Me diga que pode

Me diga no seu melhor inglês

e me mostre no seu maior comercial.

Teu mundo em makete

não te compreende

não te obedece

E o seu único seguidor sincero

começou a duvidar

Por isso me diga que pode

no seu melhor inglês

Por isso nos prove no seu maior comercial.

Super-homem frágil feito concreto

o teu choro te mostra que é humano

E o fogo de tuas estrelas pode queimar o seu poder

E o fogo de tuas estrelas pode queimar todas as cortinas

que escondem tua solidão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

autômato


Uma borboleta

pousou cansada no arame,

no arame de uma cerca eléctrica.

Um mendigo,

deitado sobre seu gelo

dormindo sobre seu trono

não foi esquecido

foi aquecido

por fagulhas,álcool e cegueira

de "mãos superiores",

aquecido demais...

Alguém chora no banheiro

de um prédio qualquer

de um andar qualquer

de um departamento qualquer

A essa hora alguém foi embora

daquela casa

daquele bairro

dessa cidade...

Sorrisos adiados

vazios preenchidos com suspiros

vidinhas sempre vidinhas

Relógios,

empregados do tempo

vidinhas sempre vidinhas

escravas dos empregados

Nuvens misturam-se com fumaça

gotas sujas perseguem

os sonhos tenros

dos meninos que crescem sozinhos...

e suas alegrias rabiscadas lá fora,

pedem abrigo

pois sabem que não serão nada depois da chuva.

Cabeças brancas e cabeças burras

todas no mesmo ônibus

sociedade formada nos quilômetros

de silêncio

dos vizinhos diários

e os hálitos em suas bocas,

que tem o céu como prisão

talvez nunca saberão

que o grande infinito está à alguns

centímetros

entre a fala e audição.



sábado, 12 de setembro de 2009


Há uma galáxia dentro do vaga-lume.

Existe uma eternidade dentro de mim.

Humanidade se formando

desistindo de sua história e ressuscitando a cada migalha de sorriso de qualquer desconhecido que pareça um ser humano.

Tenho músicas nos meus bolsos furados


tenho música por toda a cidade.

música abafada

por motores de todos os tipos.

E já não me interessa a insistencia desses carros em demostrar seu desprezo por mim

a cada suspiro de fumaça que se choca contra minha face!!